Pra lá ou pra cá?

Qual o verdadeiro sentido da inspiração? Será que a vida inspira a propaganda ou vice e versa?

Esse post não tem o objetivo de entrar num loop de discussão a la tostines, esse post, na verdade, é para levantar algumas constatações que servem de argumento para quem quiser discutir numa mesa de bar qualquer a questão do “sentido da inspiração”.

Pra quem tem email e costuma prestar atenção em propaganda já deve ter percebido de onde veio a inspiração da última campanha do carro Gol (“Use sem dó”). A campanha, pra quem ainda nao viu, fala dos atributos do carro pra evidenciar sua força e resistência.

Um dos filmes, por exemplo ,mostra um rapaz colocando um macaco embaixo do seu Gol pra trocar o pneu … o carro vai levantando, levantando enquanto uma locução fala ao fundo: “Não é o macaco que levanta o Gol, mas o Gol que empurra a Terra pra baixo”. E aí? Quem chuta de onde veio a inspiração? Isso … aqueles consagrados emails sobre o Chuck Norris e sua incrível virilidade.Coisa parecida aconteceu com o Intelig que aproveitou do sucesso da gaguinha Ruth Lemos para realizar uma de suas campanhas.

O blog Estalo também postou sobre algo parecido com que estamos falando, dê uma olhada .

Aqui só falamos sobre um dos lados do sentido da inspiração: a vida inspirando a propaganda. Mas, com certeza, temos exemplo para o outro lado do sentido … mas isso é assunto para um outro post.

Going Off-Line

Impressionante como cada vez mais os recentes conceitos de web 2.0 estão se fortalecendo a ponto de sairem do mundo on-line e passarem para o mundo de carne e osso.

A geração de conteúdo da web 2.0 e a maneira como ela está tornando as pessoas cada vez mais sedentas por informação e conhecimento está dando suas primeiras manifestações no mundo off-line.

É bastante comum encontrar nas revistas alguns prints que oferecem para o consumidor não só apenas a informação da marca ou do produto promovido, mas conteúdo rico e interessante.

Na edição de Abril da Trip a Sagatiba fez um página dupla promovendo o seu conceito de marca através da publicação de execertos de um “papo de bar” entre três artistas (os quais não lembro o nome). Na edição de Maio, da mesma revista, a Nokia promoveu o Nokia Trends em uma página dupla cuja informação principal do anúncio eram partes de uma entrevista que fizeram com uma estilista (não lembro do nome, de novo) e o Angeli.  

Por coincidência (ou não), folheando uma Super Interessante enquanto tomava um café me deparei com um anúncio da Aracurz Celulose com a mesma natureza: promovendo a marca através da publicação de informações sobre a reciclagem de papel.

Será que é só um suspiro ou podemos esperar mais da web 2.0 presente no mundo off-line?

Alfa

Todos conhecem a velha e poderosa teoria da influência das pessoas trend setters no gande mainstream. Porém, o que sempre foi difícil para essa teoria é a quantificação do universo de pessoas trendy para um determinado assunto. Por exemplo, sempre foi dificil dizer quantas pessoas são referência em “moda” e que influenaciam a maior parte da população.Talvez agora a solução dessa dúvida está mais próxima.

Numa pesquisa realizada há pouco tempo  publicada no Reuters mostra que apenas 0,16% das visitas do You Tube são com o objetivo de uplodear um vídeo, ou seja, gerar um conteúdo e influenciar. A mesma pesquisa mostra que apenas 0,2%  das visitas do Flickr são para colocar novas fotos nos acervos do site.

A única exceção desse fenômeno é o Wikipedia que tem 4,6% das visitas com o objetivo de preencher um artigo e produzir algum conteúdo. Um pouco diferente dos casos anteriores.

Será que esses dados, principalmente com relação às visitas do You Tube e Flickr, já são um começo para identificar um número padrão de pessoas trend setters (em determinados assuntos) presentes no mundo?

Criador e criatura.

O blog já está um tempinho parado, eu sei. Porém, esse tempo de desmotivação até que foi bom para repensar e diagnosticar algumas coisas, inclusive o porquê da tal falta de vontade de escrever.

Claro, eu posso racionalizar e alegar que estava cheio de trabalho e etecetera, mas o verdadeiro motivo é outro: parei porque queria recomeçar.

A vontade de  empreender e criar novo, que a nova geração tem, é um dos grande motivos que fazem os projetos pararem no meio e não progredirem. As imensas possibilidades que aparecem no dia-a-dia e durante as horas vagas na internet fazem qualquer pessoa se empolgar e querer começar do zero, com uma nova idéia.

Acho que foi isso que aconteceu comigo e aposto que acontece com muita gente que lê esse blog.

Mas aí fica a dúvida: será que isso é bom? Ou o melhor é se comportar do antigo modo “uma coisa de cada vez”.

O efeito inverso.

Pra tudo que acontece na natureza, existe um efeito inverso. Isso, um dia, todos nós aprendemos.

Ao dar um soco na parede, você acaba recebendo uma força contrária, vindo da parede, que machuca a sua mão. E se você dá um soco muito forte, obviamente, a força contrária, e as dores na sua mão, serão maiores. Ou seja, o efeito contrário é tão forte quanto for a ação que o gera.

Tendo essa premissa em mente fica mais fácil perceber e entender algumas coisas que estão aparecendo por aí, em nossa volta. Olhe, por exemplo, a situação de produção de conteúdo na internet de hoje.Cada vez mais, fica difícil acompanhar o novo na internet. A cada dia aparece um blog novo, tratando de um assunto novo, contando alguma novidade, de um mundo muitas vezes também novo.

E essa imensidão de novidades, vindo de fontes muito diferentes uma das outras está sendo responsável por um forte efeito inverso. As pessoas, para conseguir absorver um certo número de novidades, estão, involuntariamente, focando seus olhares para apenas algumas fontes de conteúdo, para apenas alguns blogs ou sites.

Sem perceber, estamos nos especializando no conhecimento de apenas alguns assuntos!

Será que, no final das contas, a internet e sua incrível capacidade de disponibilizar conteúdos diversos e generalistas, está, sem querer, sendo responsável pela formação de pessoas especialistas, com conhecimento restrito em apenas alguns assuntos e fontes de informações?

Cada um, cada um.

Será que toda personalidade, situação ou evento que acontece em um país tem o seu paralelo em diversos outros países do mundo, salvo, claro, suas peculiaridades? Essa não é difícil, é bem provavél que sim.

Essa hipótese pode ser confirmada com vários argumentos, mas aqui vai um interessante: Steve Jobs está para os formandos americanos assim como Nizan Guanaes está para os brasileiros.

Quem já viu o discurso que os dois fizeram para diferentes platéias de formaturas de faculdade e viu o sucesso que ambos tiveram na época em que aconteceram, percebeu o quanto os fatos foram parecidos e como se pode fazer um paralelo da situação.

Quem ainda nao viu, tem a chance de ver agora:

Discurso (legendado em português) de Steve Jobs, em Stanford.

Parte 1

Parte 2

Discurso (texto) do Nizan, na Faap (infelizmente, indisponível no Youtube).

E aí? “Pra tudo na vida existe um paralelo” ou “cada um tem o que merece”?

Shot!

Vivemos numa época de fragmentos, dos “shots”,  e não mais de era dos “contos”, da necessidade de se contar uma longa história para gerar encanto ou deixar uma mensagem. Enfim, vivemos na época do instantâneo e isso todo mundo já sabe.

Mas o que é mais interessante nessa lenga-lenga toda é como estamos nos desenvolvendo na linguagem do fragmento. Cada vez mais aparecem exemplos de “shots” de momentos, que por serem genialmente retratados, são tão ricos e inspiradores como uma boa – e longa – história. 

Exemplos disso? O What do you see from your window?, que mostra fotos de “paisagens de janela” (o blog nao é bom, mas a idéia é ótima); o incrível Scared of Santa Gallery, com fotos do momento célebre em que as crianças morrem de medo ao se deparar pela primeira vez com um Papai Noel; e o albúm de Flickr, Running from Camera, que nao dá pra explicar, mas vale a pena conferir (hehe)!

Depois de dar uma olhada nos exemplos, cabe a pergunta: será que a máquina digital, e toda a instantaniedade que ela proporciona, poderia ser considerada um dos ícones que representa a nossa geração?

E se…

O vídeo, por si só, é uma hipótese: seria assim a embalagem do iPod, se o produto fosse da Microsoft? Apesar do video ser um pouco velho a mensagem é cada vez mais atual e se torna mais forte a cada produto lançado pela Apple.

Será que agora – finalmente! – aquela velha história de que “menos é mais” está saindo do mundo dos chavões para se tornar realidade?

Pop Culture

Já ouvi muita gente falar que quando uma marca consegue ser parte da cultura popular de um povo significa que alcançou seu ponto máximo!

E fica a pergunta: será que é verdade?

Aqui temos um grande – e recente – exemplo disso. O antológico filme de lançamento da Apple sendo lembrado na campanha dos candidatos Barack Obama e Hilary Clinton para as eleições internas do partido democrata americano que vai decidir seu representante nas eleições nacionais.

Sr. Barack Obama atacando Sra. Hilary Clinton

 

E vice-versa!

A referência…

… !

Pra inaugurar a era dos vídeos desse blog nada mais justo que postar algo incrível.

Essa obra nada mais é que hipóteses em linguagem ralacionista/matemática. Hipóteses tão boas que fiz questão de não botar um “Será…?” neste post.

O vídeo Le Grand Content, indicado no Indexed, mostra um belo ponto de vista sobre as coisas que nos cercam, nossos sentimentos e sobre a vida.

Dá raiva de quem fez.